Nome: Chuunibyou demo Koi ga Shitai!
Episódios: 12
Lançamento: 2012
Estúdio: Kyoto Animation
Gênero: Comédia, Romance, Drama, Escolar, Slice of Life
Duração: 24 min.
Sinopse: O anime conta a história de Togashi Yuuta e Takanashi Riika, dois adolescentes que irão iniciar seus estudos no Ensino Médio. Yuuta escolheu estudar em uma escola onde nenhum de seus ex-colegas frequentasse, isso porque ele queria esquecer que um dia teve chuunibyou, uma síndrome que dá nome ao anime (vou explicar melhor depois). Entretanto, um dia ele se percebe uma corda pendurada em sua varanda e se depara com Riika, que se mudou para o apartamento acima do seu e vai estudar na mesma sala que ele. Ela está no auge do chuunibyou, e mesmo significando tudo que Yuuta quer esquecer, eles tornam-se amigos.
História
Primeiro, um aviso: essa resenha contêm spoilers! Se você ainda não viu Chuunibyou, leia apenas o "Vale a pena ver", assista e volte aqui. Depois, é preciso explicar o que é chuunibyou, que além de dar nome ao anime, pode ser traduzido como "síndrome da oitava série". Essa síndrome ataca adolescentes do ensino fundamental, fazendo as pessoas que sofrem dela criarem fantasias e acreditarem que elas são reais. Por exemplo, o protagonista do anime, Yuuta, acreditava ser o Dark Flame Master, um guerreiro mágico capaz de controlar chamas negras. Todos os personagens principais da obra têm ou tiveram chuunibyou e as vezes entram em batalha uns com os outros. Para isso, usam um encantamento: "Desfaça, realidade! Quebre-se, sinapse! Que esse mundo seja destruído!". As lutas são imaginárias, mas são muito legais.
Partindo para o enredo propriamente dito, Riika e Yuuta se conhecem logo no inicio da história, pois como eu falei na sinopse, Riika se mudou para o apartamento logo acima do de Yuuta. Eles passam a estudar juntos e ficam amigos, apesar de Riika representar tudo que Yuuta quer esquecer em seu passado: o chuunibyou. Riika acredita ser a Jaou Shingan (olho perverso) e está no auge de seu chuunibyou, usando um tapa-olho e uma lente de contato, pare representar a fantasia. Quando as aulas iniciam, cada aluno precisa escolher um clube para entrar. Então Riika decide criar um, pois sabia que não se encaixaria em nenhum. Na labuta para encontrarem membros, surge Tsuyuri Kumin, uma veterana do segundo ano, que quer criar um clube do cochilo, mas não encontra membros. Assim, surge a Sociedade Mágica do Cochilo do Oriente, que é aceita mesmo com apenas quatro membros, que são Yuuta, Riika, Kumin e Dekomori Sanae. Dekomori também sofre com chuunibyou, acreditando ser Mjolnir Hammer, (Martelo Mjolnir) serva de Riika. Posteriormente, a tsundere Nibutani Shinka junta-se ao clube e esses cinco personagens serão o foco do enredo.
Essa primeira temporada do anime foca em duas problemáticas principais, que são o romance de Riika e Yuuta, cada vez mais evidente, e a convivência de Riika com seu chuunibyou, que acaba causando vários problemas familiares para a garota. Nos primeiros episódios, a comédia é bastante presente e deixa o anime bem leve e divertido, mas com o afunilamento do enredo, o drama vai sendo mais forte e nos últimos episódios a carga emocional é grande, indo de arrepios à lágrimas. Mas vamos por partes. A primeira parte, foca na escola e na Sociedade Mágica do Cochilo do Oriente, que acaba sendo ameaçada de ser extinta por causa das notas baixas de Riika. Yuuta passa a ajudar a menina a estudar, tornando-se, assim, mais próximo dela e dando os primeiros sinais de relacionamento amoroso entre os dois. Acontece, então, que Riika consegue a nota que precisava e salva seu clube. Nesse momento, as aulas são interrompidas pelas férias de verão e a irmã de Riika, Tooka, passa a ter uma importância maior na história.
Durante as férias, os membros da Sociedade Mágica do Cochilo do Oriente viajam para a casa dos avós de Riika e Tooka. A partir desse momento, a sindrome de Riika passa a ser a maior problemática do enredo, pois os avós e a irmã da garota não aceitam a imaturidade dela e exigem que ela esqueça aquelas fantasias e cresça. É nesse momento que Yuuta passa a entender a síndrome de Riika cada vez mais, até descobrir que o pai dela morreu quando ela era apenas uma criança. Não conseguindo suportar a perda, Riika usou o cuunibyou para escapar da realidade e diminuir sua dor, além de acreditar que seu Jaou Shingan ajudaria a encontrar seu pai, que estaria no Horizonte Imaterial. Após um conflito com Tooka, onde a irmã mais velha tentava acordar Riika para a realidade e fazê-la abandonar a síndrome, Yuuta aparece e interrompe a "batalha" entre as duas. Yuuta defende Riika, afirmando que a síndrome é a unica forma da menina suportar a dura realidade. Tooka responde afirmando que todos devem aceitar a realidade e isso significa se tornar adulto. Yuuta e Riika fogem, indo de volta para a cidade deles e no caminho, Yuuta explica para Riika que desenvolveu o chuunibyou porque se sentia muito sozinho quando era mais novo, mas perdeu-o assim que começou a fazer amigos.
Yuuta e Riika se aproximam cada vez mais e seu romance vai sendo desenvolvido ao longo dos episódios finais, terminando com os dois firmando um contrato de namoro. Após essas cenas de romance, o anime volta para a problemática principal: o chuunibyou de Riika. Com a ida iminente de Tooka para o exterior, a jovem apela a Yuuta, para que o garoto faça Riika crescer e se tornar mais madura. Yuuta novamente afirma que Riika usa a síndrome para se defender, mas Tooka questiona: "se defender de que?" Yuuta também não sabe a resposta. Após conhecer a mão de Riika, que também continua abalada pela morte do esposo, Yuuta decide convencer Riika a abandonar o chuunibyou. Apesar dela se sentir bem com a síndrome, ele entende que é irresponsável apoiá-la a continuar daquela forma e que ela precisa crescer. Riika acaba cedendo, para de usar o tapa-olho e tenta levar uma vida "normal". Dekomori fica arrasada com isso e faz de tudo para trazer a antiga Riika de volta, mas falha de todas as formas. O episódio onde isso acontece é muito triste.
Riika aumenta a decepção de Dekomori ao decidir que a Sociedade Mágica do Cochilo do Oriente precisa acabar para todos levarem sua vida em frente. Para abandonar de vez o chuunibyou, Riika deve ir ao tumulo do seu pai, uma vez que ela nunca se despediu dele, pois acreditava que ele ainda podia ser encontrado no Horizonte Imaterial. Percebemos que no fundo era isso que Riika queria que Yuuta dissesse e que eles voltassem a acreditar na síndrome. Após isso, Yuuta e Nibutani estão limpando a sala do antigo clube, então ela questiona Yuuta sobre o chuunibyou. Ela afirma que todos têm chuunibyou, ou melhor, todos possuem alguma síndrome. Afinal, quem não acredita ser diferente de todos, melhor do que todos em algo, ou mais especial de alguma forma? Na escola, o colega que zoava todo mundo tinha essa síndrome, a menina que achava a mais solitária também, assim como aquele que se achava o melhor jogador ou o mais inteligente da turma. De certa forma, todo mundo têm chuunibyou.
Após abandonar o chuunibyou, Riika acaba indo morar com os avós. Yuuta percebe que cometeu um erro e decide ir atrás de Riika. Yuuta se determina ainda mais ao encontrar Kumin no caminho, pois ela diz que a fonte de força que Riika encontrou para suportar a morte do pai foi o próprio Yuuta e a forma como ele se entregava às suas fantasias. Ele consegue 'raptar" Riika e vai com ela até a praia, então Yuuta usa seus poderes de Dark Flame Master para mostrar o Horizonte Imaterial a Riika. Claro que era tudo imaginação, mas ainda assim não diminui a emoção da cena, pois Riika consegue finalmente se despedir de seu pai e voltar a ser ela mesma, com Jaou Shingan e tudo. Para encerrar o post, vou citar as palavras do narrador no final do anime: "As pessoas sempre dizem que sentem vergonha por terem tido a síndrome da oitava série. Dizem que não querem falar a respeito, que querem esquecer aquilo de vez. Mas será que podemos nos livrar de nosso lado maluco e de nossas fantasias estranhas, da época que achávamos que eramos especiais e acreditávamos que havia algo um destino glorioso à nossa espera? As pessoas as vezes mentem, imaginam um mundo mágico diferente, sonham com um futuro distante ou inventam relações amorosas que só existem dentro das próprias cabeças. Esse processo se repete do dia que nascemos ao dia em que morremos, para todo o sempre. É deprimente. É vergonhoso. Mas nós gostamos disso. É uma doença conhecida como consciência, que nos leva a enfrentar algo assustador: nós mesmos. De fato, nós carregamos a síndrome da oitava série durante toda a vida."
O que essa frase quer dizer, é algo que eu já comentei aqui. Existe um chuunibyou em todas as pessoas, que chama-se consciência. A maldita consciência nos impede de viver o aqui e o agora, levando-nos para realidades destorcidas ou um futuro distante e fantástico. Nos torna heróis, vilões, atores famosos, astronautas, atletas profissionais e estrelas do rock. E nós adoramos isso! Mesmo que negue e afirme que prefere esquecer, nada nos faria mais felizes do que realizar os sonhos mais idiotas e sem noção que um dia imaginamos serem possíveis, mas crescemos e percebemos que não eram. Criamos esses mundos mágicos e essas futuros fantasiosos porque "A realidade é muito chata ou muito cruel", como disse a Sansa Stark na quinta temporada de GOT. E se não tivesse havido quem um dia se entregou à sua fantasia, ao seu chuunibyou, como Tolkien, criador do Senhor dos Anéis, Martin, autor das Crônicas de Gelo e Fogo, George Lucas de Star Wars, Douglas Adams, do Mochileiro das Galáxias, ou até mesmo Torako, mangaká de Chuunibyou demo Koi ga Shitai!, nunca teríamos o prazer de conhecer essas obras incríveis, que tanto nos marcam e emocionam.
Concluindo, Chuunibyou demo Koi ga Shitai! é um anime incrível, que faz jus a sua nota de 7,88 no MAL. É muito divertido na primeira metade e muito profundo na segunda, pois traz lições e ensinamentos de vida que nos fazem refletir sobre a realidade, nossa forma de encará-la e nossos sonhos, além de fazer a gente questionar o papel de nossa consciência. Junto com Watamote, o meu queridinho da vida, é o melhor anime de comédia que eu já vi. Se tem algo que aprendi com esse anime, é que devemos nos entregar ao que somos, à nós mesmos, mesmo que seja estranho, ridículo ou infantil, mentir pra si mesmo e tentar ser outra pessoa é muito pior. Viva seu chunibyou! Para finalizar, gostaria de me despedir. Essa é minha última publicação nesse blog, pelo menos por um tempo, pois estou voltando às aulas. Foi um prazer escrever para esse blog, fui muito bem recebido pelas ADMs e espero que os leitores tenham gostado da minha escrita. Gostaria de postar mais, e quem sabe no futuro eu não faça isso?
Animação
O estúdio Kyoto Animation, brutalmente atacado recentemente, nunca decepciona. A animação é bastante fluída e expressiva nas cenas mais carregadas emocionalmente. Nas cenas das lutas, que mesmo imaginárias são muito legais, também não deixa nada a desejar. A ação é impecável, com movimentos especiais e ataques mágicos muito bem animados. Eu indico que assista em HD, pois a experiência visual vai ser bem melhor.
Músicas
Abertura:
"Sparkling Daydream" - ZAQ
Encerramento:
"Inside Identity" - Black Raison
Vale a pena ver?
É um dos meus animes favoritos, então eu sempre vou dizer que vale a pena ver. Se você curte uma comédia leve, divertida com um pouco de romance e cenas de ação esporádicas, além de um toque de drama, vai adorar Chuunibyou. Se você assistir a primeira temporada e ficar querendo mais, não se preocupe! Tem segunda temporada, que é quase tão boa quanto a primeira (se não fosse o fanservice), além um filme e alguns especiais.
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